O que é gentileza urbana e seu impacto positivo no lugar onde vivemos

Cada vez mais, os temas relacionados ao bem-estar, lazer, sustentabilidade e convivência nas grandes cidades do Brasil e do mundo vêm sendo debatidos por especialistas em urbanismo. Afinal, é preciso pensar de forma estratégica o futuro do lugar onde vivemos.

É aí que entra o conceito de gentileza urbana, uma expressão derivada do pensamento poético/filosófico do artista José Datrino, que transcende o campo das ideias e nos últimos anos passou a fazer parte das discussões de profissionais da arquitetura, do urbanismo e do paisagismo.

Mesmo sendo um conceito amplo e com muitas interpretações, para os profissionais que pensam de forma técnica as cidades, a gentileza urbana está bastante associada a ações de melhorias da mobilidade e obras que conectam espaços públicos e ambientes privados, tornando toda a cidade um lugar para vivência das pessoas.

Assim, quando uma obra privada agrega intervenções para favorecer o urbanismo e o paisagismo público, priorizando o bem comum, isso é considerado gentileza urbana. 

“É importante na vida das pessoas usufruir da vivência de espaços públicos e privados conectados, o que gera uma nova experiência”, explica o arquiteto paraibano Paulo Macedo, que assina um elaborado projeto de gentileza urbana no bairro do Altiplano, em João Pessoa, Paraíba.

Esta iniciativa da construtora Alliance criou uma praça arborizada, adequada para o passeio e conectada com as principais demandas das pessoas do bairro, garantindo um lugar para crianças e pets poderem brincar com tranquilidade. 

Desde a sua entrega, o local foi plenamente “adotado” por todos os moradores da localidade, atingindo plenamente o objetivo da obra. 

“Optamos por fazer um espaço de convivência totalmente conectado com o bairro. Uma maneira que encontramos para contribuir de forma legítima para o Altiplano, proporcionando bem-estar para a comunidade”, explica o CEO da Alliance, Hugo Montenegro.

Gentileza Urbana: necessária em todos os lugares

Assim como a Alliance, outras grandes marcas e entidades nacionais pensam seriamente em maneiras de desenvolver projetos de gentileza urbana.

O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), por exemplo, realiza há mais de 25 anos um concurso que premia projetos de gentileza urbana. A ideia inicial começou em 1993, em Minas Gerais, mas foi adotada por outras seccionais da entidade.

Desde 2020, o IAB também publica seu “Guia IAB para a Agenda 2030”, um conjunto de esforços dos profissionais para aplicar práticas sustentáveis de arquitetura e urbanismo, convergentes com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Por sua vez, a prefeitura de São Paulo criou espaços nas ruas e avenidas do Centro para ampliar as possibilidades de bem-estar, lazer, permeabilidade e biodiversidade. Foram desenvolvidos jardins de chuva, biovaletas, vagas verdes, escadarias verdes, rotatórias verdes e bosques urbanos. A iniciativa vem transformando a paisagem na região central e foi premiada pela Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas. 

Outras ideias de gentileza urbana 

Acessibilidade para vizinhos

Investir em calçadas com acessibilidade para PCDs ou sem desníveis para idosos é um exemplo de gentileza urbana e que faz toda a diferença no dia a dia.

Lazer público

Áreas públicas com parquinhos para crianças, espaço para atividade física, bancos contemplativos, paisagismo natural, passeios para pets podem fazer parte de um projeto de gentileza urbana.

Adoção de espaços públicos

A adoção de espaços públicos, como parques, praças, terrenos sem movimentação, entre outros, é mais um exemplo. Transformar esses lugares em espaços sustentáveis e cheios de natureza renova a paisagem das grandes cidades.

Pet Places

Terrenos desocupados também podem ser limpos e preparados com brinquedos, circuitos e espaços para cães e seus donos se divertirem em momentos ao ar livre. 

Fachadas verdes

Desenvolvidas com plantas nativas, permitem um verdadeiro respiro verde na cidade. A biodiversidade de aves, borboletas e a micro vida permite também que a cidade se integre mais à natureza.

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